quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

8 de dezembro - Dia de Iemanjá!

Saravá.

"Ê Iemanjá, Rainha das Águas, Sereia do Mar" (ponto cantado de Iemanjá)

Dia 8 de dezembro é o dia de saudar e levar homenagens para Iemanjá. No dia de comemoração a Nossa Senhora da Conceição, fiéis lotam as praias para homenagear a Rainha das Águas.
Um dos Orixás mais conhecidos, Iemanjá tornou-se santa respeitada e cultuada principalmente por pessoas que residem no litoral. Iemanjá é protetora dos mares, dos peixes, dos marinheiros. 

O nome Iemanjá deriva do Yèyé Omo ejá (“Mãe cujo filhos são peixe”) , é o Orixá de uma nação iorubá estabelecida na região entre Ifé e Ibadan, onde existe o rio Yemonjá, está nação iorubá é chamada Egbá.

Nas oferendas destinadas a Iemanjá, deve-se entregar peixe de água salgada assado e regado a azeite de dendê, milho cozido com cebola, manjar com leite de coco e carne de pato.



Oferenda de Iemanjá

Suas ferramentas são abedé (espécie de abano ou leque usado por negros iorubás) prateado, pulseiras e braceletes, seus presentes são perfumes de alfazema, rosas brancas, pentes, espelhos e prata. O arquétipo dos filhos de Iemanjá são de pessoas fortes, rigorosas, maternais, tímidas, caridosas e às vezes impetuosas e dominadoras. A saudação de Yemanjá é “Odoyá” ou “Odossyá”.



Vejam uma explicação simples sobre Iemanjá, por Orixás da Bahia.

O Afro Livre estará neste final de semana em Praia Grande para cobrir a festa de Iemanjá, aguardem.

Axé.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Fios de Contas e Guias

Saravá,

É comum quando vamos a um terreiro de Umbanda e de Candomblé e vemos os médiuns da casa usando colares coloridos iguais aos das baianes que fazem acarajé na Bahia.
Esses colares se chamam Fios de Conta, ou Guias, por eles chamados.
Fios de conta: Iemanjá
As Guias de Contas ou Fios de Contas são colares feitos de miçangas (cristais, búzios, louça) ou outros materiais que representam o grau de evolução do médium ou a qual Orixá ou entidade ele pertence. Cada Guia tem uma cor diferente que representa um Orixá e deve ser feita pelo indivíduo que for usá-la. O médium iniciante não pode usar qualquer Fio de Conta, ele deve esperar que o Orixá ou a entidade determine qual é a cor da Guia que ele deve usar.

Oxalá: contas brancas
Oxóssi: contas verdes
Xangô: contas marrons
Nanã Buruku: contas roxas
Oxum: contas amarelas ou azul escuro
Obaluaê:contas pretas e brancas, separadas de sete em sete
Ogum: contas vermelhas ou verde
Iemanjá: contas azul claro

Axé.



Exu, o Mensageiro.

“[...]pois é dinâmico e jovial, constituindo-se, assim, um orixá protetor, havendo mesmo pessoas na África que usam orgulhosamente nomes como Èsùbíyìí (concebido por Exu), ou (Exu merece ser adorado)” - Orixás, Pierre Verger.



Saravá,

Comparado ao diabo, Exu é o Orixá mais paradoxo e com o comportamento mais humano que se possa imaginar. A história Yorubá conta que Exu teria sido um dos companheiros de Odùduà, tornou-se assistente de Orunmilá, que preside a adivinhação por sistema de Ifá, em seguida, teria sido Rei Kêto.

Como Orixá, Exu é traiçoeiro, mentiroso, intrigueiro, brincalhão, podendo ser bom e mau. Quando Olodumaré espalhou os Orixás para cuidar dos cantos da natureza, Exu teria ficado sem lugar algum, tornando-se o Orixá protetor das ruas, das encruzilhadas, das casas, dos templo, das cidades...
Exu é o Orixá mais próximo e parecido com os humanos, é o Orixá da comunicação, que cuida das forças terrenas, dos bens materiais. Exu é o mensageiro encarregado de levar as preces dos humanos para Olodumaré e os outros Orixas, mas para isso, tem que ser reverenciado e presenteado. Comenta-se que não se deve prometer nada a Exu, porque o que é prometido será cobrado.


Ogó: Instrumento de Exu
 Em suas oferendas, Exu gosta de animais (de preferencia galos)farofa com dendê e pinga.O dia de saudar Exu é segunda-feira, seu instrumento é o "Ogó", espécie de cetro em forma de pênis que pode transpotá-lo de um lugar a outro. Os fios de contas de Exu são das cores preto e vermelho, sua saudação é: "Laroyê".
Oferendas para Exu
Nas aberturas dos trabalhos de evocação a Exu,geralmente evocado na linha de "esquerda", Ogum é o único Orixá que está "a frente" da gira (termo usado por Umbandistas), por ser guerreiro e vencedor de demandas.
Fios de conta de Exu
Conforme as tradições, Exu foi ganhando outros nomes como: Exu Caveira, Exu 7 catacumbas, Exu marajó, Exu sete encruzilhadas, e assim por diante...Este será tema de uma outra postagem.
Exu não é motivo para se ter medo e nem compará-lo ao Diabo, Exu é um Orixá muito evoluído, só é um pouco mais "malandro" porque está aqui na Terra perto de todos nós ;)

Vejam uma explicação simples do que é a força de Exu, por "Orixás da Bahia"

Uma dica: Não peça para Exu fazer o mal, pois o que lhe é pedido, será cobrado.
Laroyê!

Besouro, Cordão de Ouro!

Saravá!
Ano passado o cinema brasileiro foi presenteado com uma das obras mais ricas em cultura brasileira dos últimos tempos  - Besouro, da capoeira nasce um herói.


O longa dirigido por João Daniel Tikhomiroff, e produzido por Vicente Amorim e Daniel Filho, conta a história de Manoel Henrique Pereira, escravo que não sabia ler e escrever, mas tornou-se o capoeirista mais conhecido do Brasil.

O Brasil estava passando pela fase pós-abolição, antes de 1888, os escravos não eram cidadãos, mas tinham comida e moradia, com a abolição tornaram-se livres, mas desempregados e sem lugar para morar. Com 20 anos de idade, Besouro (Ailton Carmo)percebia que praticamente nada havia mudado na vida dos negros, mesmo com a abolição, muitos deles eram escravisados e torturados, naquela época, o Candomblé era proibido e a capoeira também.

Como toda geração, sempre há um espírito corajoso, uma mente pensante, uma alma inconfomada. Não foi diferente com Besouro, que não levava desaforo para a casa, que não abaixava a cabeça para os senhores de engenho e foi morto a facadas por um filho de fazendeiro. Diz a lenda que Besouro tinha o corpo fechado e foi morto por uma faca de madeira de ticum (única arma capaz de matar uma pessoa com o corpo fechado).

O filme baseado em fatos reais mistura ficção e magia, mostra sutilmente as forças da natureza durante a batalha de Besouro, a influência do Candomblé e a fé nos Orixás.

A apresentação dos Orixás, em Besouro.



Axé.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sincrestismo

Saravá,

"É difícil saber se essa tentativa contribuiu efetivamente para converter os africanos, ou se ela os encorajou na utilização dos santos para dissimular as sua verdadeiras crenças.”  - do livro Orixás, de Pierre Verger.

O Sincretismo é uma mistura mais ou menos confusa de doutrinas ou concepções diferentes. Em 1758, era permitido que os escravos dançassem ao som de atabaques todos os domingos. O Conde dos Arcos, sétimo vice-rei do Brasil, era a favorável à ação a fim de que os negros mantivessem sua cultura e raiz, os senhores de engenho respeitaram a decisão, o que eles não imaginavam é que entre danças e músicas, os escravos estavam adorando os deuses de suas crenças. Por conta disso, os negros “camuflaram” os Orixás em santos católicos, através do sincretismo, na época, a linguagem e cultura dos negros ainda não eram totalmente conhecidas pelos senhores de engenho, o que facilitou a adoração dos deuses africanos.

Sincretismo



Iansã
Santa Bárbara














Para entender o sincretismo, saiba a semelhança entre Iansã e Santa Bárbara

Axé,

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mediunidade

Saravá,

A mediunidade é uma capacidade humana que permite uma comunicação entre homens e espíritos. O indivíduo já nasce com a mediunidade, alguns deles a desenvolvem naturalmente na infância, outros passam a desenvolvê-la com a ajuda de um sacerdote (babalorixá).


Nos terreiros de umbanda, a maior parte dos médiuns desenvolvem sua mediunidade através da incorporação, “emprestando” o corpo para que os espíritos desencarnados (índios,pretos velhos, erês) possam se comunicar com o plano terrestre auxiliando todos que procurarem sua ajuda. Esses espíritos denominam o médium de “cavalinho” (alusão a montaria ao animal cavalo). Os fenômenos mediúnicos ocorrem em três formas: consciente, semiconsciente ou inconsciente.

Diferentemente da Umbanda, os Espíritas Kardecistas (que seguem a doutrina de Allan Karcec), usam a mediunidade de outra forma e não para a incorporação de Orixás e entidades.





Um dos médiuns mais populares do Brasil foi Chico Xavier, morto por uma parada cardiorrespiratória, em 2002, aos 92 anos. O médiuns que seguia a doutrina Kardecista, psicografava cartas de pessoas mortas, publicou livros e tinha como mentor espiritual o espírito Emmanuel.
A popularidade de Chico Xavier foi tão grande que este ano foi lançado o filme Chico Xavier, dirigido por Daniel Filho, e Nosso Lar, dirigido por Wagner de Assis.
 
 
 
 
Axé,

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Credos da Umbanda



Saravá,


Há mais de 2 anos, quando escolhi a Umbanda como tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso, não imaginei o quão amplo este seguimento tinha a nos oferecer em relação à cultura afro-brasileira. Tão pouco imaginei as semelhanças entre a Umbanda e o Catolicismo, uma delas é o "Credo da Umbanda".


1. Crer na existência de um só Deus (Zambi ou Olorum);



2. Crer na existência de um maior Orixá (Jesus Cristo) denominado Oxalá – sincretizado;


3. Crer na existência do Plano Superior (divino) com legiões de entidades e Orixás, que formam juntos; os elementos vitais da natureza;


4. Crer na existência dos Exus, como entidades no caminho de evolução e de aperfeiçoamento;


5. Crer nos mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos Velhos);


6. Crer na reencarnação como força evolutiva do espírito;


7. Crer na mediunidade em suas variações, como forma de contato entre o plano espiritual e o planeta terra (plano carnal);


8. Crer na verdade de que somente a caridade material e espiritual trará ao espírito a evolução;


9. Crer plenamente no ritual umbandista, como elemento disciplinador dos trabalhos;


10. Crer na existência do livre arbítrio que permite ao homem a liberdade de escolha do caminho a seguir.


Axé,

















quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ogunhê!



Saudações!

Dia 23 de abril foi comemorado o dia de São Jorge - Santo dos trabalhadores. De acordo com sua história, São Jorge teria nascido na antiga Capadócia e foi um grande líder,capitão do exército romano. Com a ordem do Rei,de que o exército deveria eliminar todos os cristãos,Jorge se rebelou e não seguiu as regrasdo Rei,sendo assim,torturado várias vezes e resistindo as torturas, assim...tornando-se Santo.

No Candomblé e na Umbanda, São Jorge é o sincretismo de Ogum e padroeiro da Umbanda, por ter sido guerreiro e não se render ao pedido do Rei,para honrar seu amor a Jesus Cristo.

Ogum - Orixá dos caminhos,das estradas,da tecnologia. Vencedor de demandas,

Características:
Cores e Contas: Azul escuro, Vermelho e Verde..
Símbolo: Bigorna, Faca, Enxada e outras Ferramentas.
Dia da Semana: Terça-Feira.
Comidas: Feijoada, Vatapá, Inhame com Feijão Preto, Farofa de Carne de Frango Desfiada.
Saudação: Ogunhê

Características de filhos de Ogum:
O filho de Ogum está sempre em atividade, é determinado e criador. O espírito de competição é evidente e a impaciência e as frustrações ao perder criam mais incentivo para ele seguir em frente.

Ele não reflete sobre os riscos de uma ação, pois é impetuoso e impulsivo e está sempre travando batalhas.


Ponto cantado:
"Se meu pai é Ogum
vencedor de demanda
ele vem de Aruanda
pra salvar filhos de Umbanda.
Ogum, Ogum Yara,
salve os campos de batalha,
salve as sereias do mar,
Ogum, Ogum Yara."


"Eu tenho Sete espadas
Pra me defender
Eu tenho Ogum
Em minha compania

Eu tenho Sete espadas
Pra me defender
Eu tenho Ogum
Em minha compania

Pai Ogum é meu pai
Pai Ogum é meu guia
Pai Ogum é meu pai
venha com deus e a
Virgem Maria."


E para quem quiser saber o porque resolvi falar sobre ele,fica a dica ;)
Ogunhê!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Umbanda no Brasil - Zélio Fernandino de Morais

Saravá,

É quase impossível falar do inicio da Umbanda no Brasil, sem mencionar Zélio Fernandino de Morais. Este senhor deu uma entrevista à revista de seleções de Umbanda, em 1975, pouco antes de morrer. Zélio Fernandino de Morais (1892-1975), nascido no distrito de Neves, município de São Gonçalo – Rio de Janeiro era um jovem de família tradicional que aos 17 anos foi acometido por uma paralisia e no dia seguinte levantou curado. Criado por família católica, nem os tios que eram padres souberam explicar a cura do sobrinho.


Em novembro de 1908, Zélio foi convidado por um amigo da família a participar de uma sessão na Federação Espírita de Niterói, quando o dirigente dos trabalhos convocou sua presença na mesa. Foi quando aconteceu a primeira incorporação de um espírito desencarnado (que fez passagem do plano terrestre para o plano astral) em Zélio. Ainda de acordo com o relato, o espírito questionou o motivo pelo qual o dirigente da casa não aceitava a manifestação de espíritos em forma de índios e pretos velhos, pela condição cultural e social. Indagado, o dirigente da casa respondeu que considerava esses espíritos menos evoluídos por se apresentarem como índios ou por apresentarem uma linguagem menos formal.

O espírito incorporado em Zélio denominou-se como “Caboclo das Sete Encruzilhadas” (porque nada fecharia o caminho dele) e determinou que no dia seguinte, Zélio atenderia em sua casa, quem precisasse e formaria uma “casa” onde todos os outros espíritos (conhecidos popularmente como entidades) que não eram aceitos, poderiam se manifestar em benefício do próximo, disse também, que a partir dali, outras “casas” seriam abertas e teriam mais de mil seguidores, formando um novo culto onde espíritos de velhos africanos que em vida foram escravos e após desencarnarem não tiveram mais ação astral, poderiam manifestar-se para ajudar seus descendentes, além de índios nativos de nossa terra, também desencarnados, poderiam auxiliar o próximo através da incorporação, sem discriminar raça, cor, etnia, etc. Foi quando se formou a religião Umbanda (palavra de origem sânscrita que pode ser traduzida por “Deus ao nosso lado” ou “Ao lado de Deus”). Os praticantes da Umbanda são denominados de Umbandistas. Ser um umbandista é praticar a mediunidade sobre as mais variadas apresentações e seguir a religião de acordo com o credo da umbanda.Com base nesses dados, a Umbanda tem 102 anos no Brasil

Axé!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O sentido Orixá, o sentido Afro-livre!

"O mundo celeste não está distante, nem superior, e o crente pode conversar diretamente com os deuses e aproveitar da sua benevolência” - Pierre Verger.

De acordo com o livro Orixás, de Pierre Verger, a religião dos Orixás (que evocam espíritos na África) se deve a noção de família. Pierre explica que os antepassados de uma família numerosa fazem uma “ligação” entre a vida e a morte, portanto, o Orixá seria um ancestral divino, que em vida teve a missão de cuidar de certas forças da natureza, como os rios, matas, metais, trovão, etc, e após a morte, pode encarnar-se por alguns instantes em um de seus descendentes.


O autor explica também, que o Orixá, por ser divino, só pode ser perceptível aos olhos do homem através da incorporação no descendente escolhido por ele. O Orixá retorna a terra para receber as provas e homenagens desse descendente.

O que entendemos por Orixás,Umbanda/Candomblé e Macumba?

O Afro-livre tem o objetivo de esclarecer, informar e trocar idéias sobre uma das religiosidades mais curiosas e ricas em cultura em nosso país- a Umbanda. Aqui você vai entender mais sobre a religião Afro-brasileira, a história da Umbanda e o sentido dos Orixás. A casa é sua, Axé.